A avenida

Ando sozinha sem passos ao lado ou atrás de mim. Melhor, passos existem, mas sem me seguir. Alivio na alma, pensamentos contra os ventos, até fumaças se desviam de mim. Tudo me revela, tudo se esconde. Eu, somente meus passos e minhas pegadas.

-Caminhada da vida?? Me pergunto. -Caminhada dos sonhos? Só o que posso dizer agora é que caminho pelas calçadas de uma grande avenida. Já não sei mais onde tudo isso vai parar. Só quero me desacreditar um pouco..

Sigo só nessa cidade a te procurar, a me procurar. Estou ao seu lado, próxima de mim mesma, ao "eu" mais íntimo, escapando de copos e gelos, de fogo e tragadas. Eu apenas ando, em paz. Talvez eu encontre uma saída, talvez outra entrada, e me apresente de maneira diferente, como em sonhos, como em desejos ou em vigílias. Sendo um "eu" mais puro e de coração aberto.

Ah!! Sabe aquela avenida onde me encontro? Não desejaria outro lugar se não esse, se não agora. Sonho? Não sei dizer, não sei explicar. Aliás não é explicação o que procuro, apenas vivo o que há de melhor, seja em sonhos ou em pesadelos. Seja o que for passo por eles do mesmo jeito, e cada vez me sinto mais livre, voando. Não peço mais nada. Eu quero a vida do jeito que há de ser.

Letícia Dantas
Enviado por Letícia Dantas em 24/11/2011
Reeditado em 05/10/2012
Código do texto: T3354375
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