Imagens da Vida  
 
Há sessenta e dois anos à margem da vida,
carrego minha frustração,
meu cansaço
e a enorme solidão
que justifica tudo ou quase.
Depois, a queda deste sorriso
É uma queda envergonhada.
É manhãzinha.
Eu caminho através de um parque deserto.
Ele se tornou
minha propriedade
privada.
Até a chuva fininha
me pertence.
A estrela
é minha própria criação.
Agora não me desespero mais
que minha estrela não brilhe.
Consegui a paz definitiva.
Não há inferno para os mártires.
Flávia Melo
Enviado por Flávia Melo em 29/11/2011
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