Algo na estante

Defino - me como um livro: Sou julgada pela capa, e quando descobrem o que sou por dentro, mudam de opinião. Estou velho, empoeirado na prateleira, esperando alguém me abrir, e me despertar através das linhas. Alguns que leram não gostaram, outros jamais tentaram ler, mas existem os espertos que leram e compreenderam. Buscaram em minhas páginas as palavras certas e quando já não precisavam, deixaram - me adormecer deitada na solidão. Possuo páginas velhas, mortas, inacabadas, mas que por algum motivo estão ali. Como todo bom livro, tenho palavras vivas, coloridas e fechadas com um "final feliz". Algumas ainda nem foram escritas. Ora mudo de página, ora mudo de capítulo, ora rasgo a folha e esqueço. Sou um misterioso livro que se destaca entre os de mais ao seu lado. Não pule páginas, o leia devagar, sem pressa para terminar. Não vá direto ao final, pois o final, nem eu o sei.

Priscila Czysz
Enviado por Priscila Czysz em 29/11/2011
Reeditado em 29/12/2012
Código do texto: T3363837
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.