A alma do poeta.

Parecem querer minh’alma, e não compreendem que ela mal mais me pertence, e talvez nunca tenha pertencido, está ao vento com a música, com a poesia, ao vento com as palavras que escrevo. Querem-me em um lado ou o outro do confronto, a levantar a suas bandeiras, eu quero estar dos perdidos e abandonados que não são ouvidos, que as minhas palavras sejam sua voz, a voz do planeta ferido e corrupto.

E a quem deseja conhecer minha intimidade, ao que me parece já conhecem, está exposta ao público. Não há nada mais intimo em mim do que as palavras que escrevo, como estas neste momento. As crio com todo amor e pensamento, tal como na mentira da verdade e realidade da fantasia. Minha intimidade está exposta, em todas minhas pequenas palavras escritas, é a o que me é imposto ao ser poeta.

Ser poeta sim é amar, amor tão belo e tão exposto, pois descrevemos o que não pode ser descrito, o que não pode ser cantado ou desenhado. Ser poeta é ser apaixonado e indignado, estar triste por estar feliz e feliz por sua tristeza. O oficio de ser um e ser todos, ouvir as estrelas e a canção do mar, mostrar a beleza oculta nos olhos e acusar as mentiras que o mundo tenta ocultar.

E se em nada disso acreditam, bem, seja talvez, que aqui a aqui eu não pertença e à minha casa deva voltar, voltar para onde eu sempre desejei estar, junto às Estrelas, onde a arte não se é negada, nem a música, nem pintura ou poesia. O lar da alma dos poetas.