IMAGENS ONÍRICAS

Feriam-me, doíam muito

Imagens oníricas do passado

Representadas por cortiços miseráveis

Como uma invasão de sem tetos.

Lama por todos os lados,

Presença de pessoas queridas

Que desta vida se foram.

Cortes em morros, onde a chuva escorria

Transformava as ruas num lamaçal

De caminhar quase impossível.

Sanitários fétidos

Construções de paredes elamaçadas e úmidas.

Roupas rotas miseráveis

Vestia aquela gente.

São Paulo!!!

Para onde eu ia,

A Cidade ficava longe

O ônibus para lá chegar

Demorava uma eternidade.

Eu no meio daquela gente, sem camisa

O frio penetrando-me os ossos

Enchia-me de angústia.

Descrição difícil

Uma fonte cristalina

Vertendo suas águas em um poço profundo

Ora escuro que não permitia ver seu fim

Ora iluminado pelo sol

Que permitia visualizar sua estrema profundidade,

Onde a água cristalina

Permitia ver seu término.

Homem explorador que se passava por invasor

Vestido em roupas também rotas

Cobrando uma fortuna pra desempenhar sua função

De líder de uma miserável comunidade.

Instituição do governo lhe pagava

Para que justificasse aquela miserável invasão

Tão semelhante a um campo de concentração

Queria fugir dali!

Daquela hipocrisia que a todos enganava.

A bexiga cheia talvez por ansiedade

Fez-me despejar toda urina

No canto de uma suposta latrina

Onde os dejetos caiam no esgoto a céu aberto

Acordei no momento que acabara de urinar

Naquele canto de um cubículo imundo.

Urinara sim, em minha cama,

Aquela urina representava quem sabe?

Todas as lágrimas derramadas por um trauma

Ou talvez o ato simbólico de urinar sobre uma cova

De um estresse pós traumatico sepultado.

13.12.2011

Tadeu Costa
Enviado por Tadeu Costa em 13/12/2011
Reeditado em 13/12/2011
Código do texto: T3386487
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