Veia aberta

Procuro razões justificáveis, porque tudo parece errado. Desespero toma conta da alma - inevitável. Difícil pensar... como agir? Deixar de sonhar? Como explicar? Não deveria ser assim... Lágrimas em vez de palavras - amargas, distorcidas - ninguém vê, ninguém percebe. Ouço uma resposta? Não, é apenas o som de pessoas na rua... Afinal, onde é seguro? Tantas vezes tentei abrir veia e coração - covardia não deixou - e a dor rompeu aqui dentro... Ainda espero pela voz, pela mão no ombro, pela pequena luz. Desisti de estar certa. Os fios de cabelo caindo e os óculos embaçados já não me incomodam mais. É cedo para se perder todas as esperanças e tarde demais para dizer que não se pode voltar atrás. Sim, o início é belo, e bem mais simples...