AS FELICIDADEZINHAS

Permita que se chegue, ó sofreguidão!

Apoite suas quelíceras em opérculo meu

Fite-a cair da escada e se esgueirar por madeixas minhas.

Permita ledo suspiro a implorar consolo

Meu medo é azedo e a vida me é mesquinha

Tenho, ora... tenho!

Sei das faces mais doridas – quiçá, das mais céleres

Mas, reajo com languidez ao ócio que me cobra muito

E me cobre pela manhã quando recuo ao erigir.

Coloquei minhas naus n’água, chequei adriças

Estiquei e ascendi minhas velas

Nas vilas, nos túmulos, nos esquifes pardacentos.

Onde mais terei essa vida a perquirir?

Entreabertos ramos frouxos, e seiva que exsuda

Tenho lábios meus a lampejar o céu da boca.

Com juncadas e ternas felicidadezinhas!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 23/12/2011
Código do texto: T3403385
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.