Por que escrever?

Por que navegar entre tantas figuras, buscar apalpar aquelas que me descrevam?

Obedeço a esse frenesi que me faz a todo tempo querer escrever, que me faz tremer diante do recem-escrito e que me abandona assim que posto sobre o branco as palavras. De novo estou vazia. E diante de mim vejo o vazio.

Penso dizer algo sobre mim ou sobre o mundo com essa tantas palavras mas me engano.

Nada verdadeiro posso dizer. Palavras não aprisionam a realidade.

No exato instante em que lanço palavras o que descrevo algo isso já não é, já se esvaiu.

Ainda espero que quem me leia possa dar um novo sentido a minha escrituras, algo que o valha.

Mas já intuo. Será um sentido de instantes, efêmero.

Norma de Souza Lopes