Quando há dor, aperta os dentes e segue em frente...

Alguns se lamentam em versos quando a alma é ferida.
Quando recebi a primeira punhalada da vida minha Pena foi a primeira que caiu.
No meio da escuridão nem me lembrei de procurar.
Perdida na estrada em lugar desconhecido
Meus pés correram procurando abrigo.
Ignorando as pedras, muitos cortes, pobres pés...
Um dia no deserto da alma me cansei e sentei.
Na minha dor me abriguei. Sem motivação chorei.
E muito tempo se passou. Um dia me levantei mesmo sem querer  caminhei.
Enfrentei a escuridão. Dias embaçados pela neblina da autocomiseração.
Covardia pela tempestade a me guiar. Sem chance nem coragem de erguer o olhar.
Se chovia ou o sol saia, diferença não fazia. A alma se mantinha enlutada.
Portas e janelas trancadas. Som de correntes de outro mundo sempre presentes.
Por necessidade o corpo caminhava. A mente funcionava.
Não vendo sentido.Nem na mudança da vida.
Aguardando o corpo a despedida. Lamentando a alma todas as feridas.
Longa caminhada, muitas mãos nesse caminho. Umas as outras se apoiando.
Até o instante inesperado em que o momento chegou.
Cadeados foram arrancados. A alma se encheu de luz. O corpo de louvores.
Minha Pena agradecida do papel caminhou, brilhando me encantou.
Muitos caminhos a alma trilhou. Tantos, tantos que guardou.
De cabeça erguida olha o caminho faz o itinerário da viagem.
Aprendeu que quando há reclamação. Não há dor.
Quando há dor, aperta os dentes e segue em frente.

Janeiro 2009


Alma
http://youtu.be/leZT1qg8iUs
 


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Su Aquino
Enviado por Su Aquino em 09/01/2012
Código do texto: T3430133
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