Meu avesso é teu espelho
Não houve despedida...
E o gosto de um possível retorno
Foi perdendo o sabor a cada ano.
Um gosto insípido foi o que ficou,
Cravou-se uma marca interna muito grande,
Superior a força que tenho.
Às vezes, fico a pensar se tudo isso foi amor...
Porque, como pode um sentimento tão bonito
Causar tamanha dor... ? Eu não sabia...
O calendário consolidou a data de sua chegada
Meus olhos sorriram, feito menina
Sobre o mês de dezembro...
E o sonho de seu retorno, o que não ocorreu.
Olho para ele como se fosse seu retrato.
Está empoeirado, pendurado até hoje
Na parede do meu quarto.
Porém, os mesmos olhos cerraram-se tristes
Na angústia espera que foi fevereiro,
Independente de nós, eu bem sei
Que nunca haverá um retorno...
A menos que os céus digam amém!