Meu avesso é teu espelho

Não houve despedida...

E o gosto de um possível retorno

Foi perdendo o sabor a cada ano.

Um gosto insípido foi o que ficou,

Cravou-se uma marca interna muito grande,

Superior a força que tenho.

Às vezes, fico a pensar se tudo isso foi amor...

Porque, como pode um sentimento tão bonito

Causar tamanha dor... ? Eu não sabia...

O calendário consolidou a data de sua chegada

Meus olhos sorriram, feito menina

Sobre o mês de dezembro...

E o sonho de seu retorno, o que não ocorreu.

Olho para ele como se fosse seu retrato.

Está empoeirado, pendurado até hoje

Na parede do meu quarto.

Porém, os mesmos olhos cerraram-se tristes

Na angústia espera que foi fevereiro,

Independente de nós, eu bem sei

Que nunca haverá um retorno...

A menos que os céus digam amém!

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 14/01/2012
Código do texto: T3440596