Procura-se um homem
Tere Penhabe

Procura-se um homem.
Não tão velho que tenha perdido a grandiosidade dos sonhos,
nem tão jovem que ainda não tenha aprendido a sonhar.
Que saiba sem hesitação, a importância suprema das pequenas coisas
mas que não despreze as grandes, para tê-las quando precisar delas.
Um homem que não exija demais da vida, nem de menos
e que não deixe o medo se sobrepor aos seus desejos.
Que não tema a morte, sob nenhum pretexto, mas sobretudo,
que não tema a vida, porque é ela a grande vilã da nossa história.
Procura-se um homem, que ainda acredite no amor
que mais que acreditar, faça dele o sentido da sua existência
não importa quantas vezes o tenha perdido
não importa quantas vezes tenha sido roubado...
Que ele saiba, e não se rebele contra isso, que a natureza determinou
que amor e sexo andem sempre juntos, de mãos dadas
nada justificando a selvageria de violentar-se psicologicamente
para atender a um suposto apelo da natureza humana.
Que ele seja macho o suficiente, para entender e aceitar isso.
Um homem que se recuse a perder a esperança, a fé
por mais tênue que seja a linha que a representa.
Procura-se um homem que admita que está envelhecendo
e saiba viver cada momento, com inteligência e coerência.
Que não seja ridículo, buscando auto-afirmação onde não deve
onde só vai passar recibo de incompetência.
Um homem que tenha consciência, de toda a história que existe
atrás de cada ruga do seu rosto, sem tentar escondê-la
porque a ruga, é a cicatriz do nosso passado,
e é ele que escreve a história do nosso presente.
Procura-se um homem que não se venda, que não se anule jamais
que tenha a força do vento e a magia das tempestades
aliada à sensibilidade da doce brisa das manhãs de outono.
Procura-se este homem...
se eu o encontrar, terei encontrado o grande amor da minha vida.
Se não o encontrar, sei que estará esperando por mim
algum dia... em algum lugar.

Santos, 25.10.2006
www.amoremversoeprosa.com

PS... se você que acabou de me ler,
achar que eu sou exigente demais,
saiba que não é verdade.
Eu só exijo, estritamente o que eu mereço.