Imperfeitos Humanos

Carregamos tanta bagagem! Não importa onde, quando, porque e por quem aconteceu. O que importa mesmo, é que nem sempre acontece de nos livrarmos. Andamos carregados, às tontas, quase sempre tombados. Às vezes, nem dela queremos nos livrar, e fazemos nosso porto, a arma pra nos defender, só nos esquecemos que também ferimo-nos. Tem coisas que já não lembramos, as de preço alto, nem tudo é pagável. Essas, geram dúvidas e dívidas conosco. Perdemos a coragem de nos perdoar. O ‘humano ser’ gera, cada dia, uma dívida pessoal e esquece de ser livre consigo mesmo, de ampliar e correr dessa quietude que se abate. Essa seriedade que afronta, amedrontando o sorriso. Esquece o momento de perder a hora, de viver os sonhos acordados. Só se esquece de analisar, medir, se questionar. Não é auto-crítico mas é covarde. Quando se estende pra fora de si, não sabe pensar, e ao invés de si perder consigo, se perde medindo os outros. Oferece muito... frieza, desperdício de mau humor, indiferença, críticas, distância, julgamentos, esses quase sempre errados. Ninguem te conhece! Não é possível falar da , é sentida, não há palavras, estas, são sempre mal entendidas. Até porque, quando falamos dela, parece doer menos. Não queremos que ela doa menos, precisamos dela pra nos recompor. Sempre é difícil suportá-la, mas sempre a buscamos pra junto de nós. Difícil é não satisfazer a curiosidade alheia e nos afundarmos em nós mesmos. O que mais aterroriza é a tarefa fácil que todos tem de julgar sem saber que por detrás de uma história, tem sempre outra história, e permanecer isento à qualquer análise. Tem que se apossar primeiro de um espírito leve, com sabor de nada pra olhar as coisas e sair delas sem se penetrar. Aquelas palavras que te causou espanto, primeiro causou pranto em algum lugar. Você não estava lá quanto as lágrimas rolaram, quando tudo parecia estar perdido. Não doeu nada em você. O tempo que passou rápido, foi uma eternidade sufocante de espera. Os olhos perdidos, jamais encontrou os teus pra se aconchegar. A noite com chuva fina que observara pela janela, era tempestade que parecia não passar. Não retire de ninguém o que é somente dele. Não arranque aquilo que ele quer só pra si. Foi difícil curar, foi devagar. E essa dor, que agora repousa, de vez enquando volta visitar. Não tenha pressa, pois se nunca passar, somos perfeitos humanos imperfeitos.

adiv
Enviado por adiv em 28/01/2012
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T3466907