Amanhecendo-me
Amanhecendo-me
Acordo com os falatórios da lua, ela sempre a tentar uma palavra com o sol...e se desespera
levanto com as dores da realidade, e ao sentar nas letras, com os olhos fixos na negritude do horizonte a minha frente, me desfaço.
Palavras vão subindo qual bolhas de sabão, e o tempo voa com elas...
Agora o horizonte se abre ao vermelho que o come pelas beiradas, invadindo a escuridão
morna de ninhos...alforrio os meus sonhos reais.
E sinto passar por mim um cheiro forte de loucura, é doce...quase enjoativo
se dissipa na próxima página escrita, e vai não se sabe para onde. A lua já se foi
falando baixo e reclamando de seu destino...ah! se ela soubesse do meu...
Na verdade, as páginas já se acumulam em meu vazio, não mais reconheço minha alma
ou talvez a reconheça tanto que me assombro!
Preferível voltar a esta vida, fingir que preciso mesmo levantar, comer, tomar banho, trabalhar... possivelmente é necessário a mim fingir infinitamente que sou corpo.
Amanhã...quem sabe, antes do nascer do sol
eu tenha mais uma vez esta chance de me rever.
Bom dia...
Márcia Poesia de Sá - 31.01.2012 - 05:20hr