Quando a ficha cai...

O mundo está aí e lotado de traumas. Há quem diga que “nunca mais”. Há quem se feche e não se aventure mais. Há os que se enganam, os que relutam, os que não esquecem e os que não amam, nunca amaram ou, os que não se reconhecem.

O tempo passa e você se enxerga com mais linhas no rosto, menos linhas na palma da mão, e uma linha do tempo com caminhos e rumos sem chegadas.

Você começa uma história, como quem começa um sonho. E não encontra o ponto final, embora saiba que ele seja mais do que necessário. Mas, não adianta findar a história, se o mesmo ponto, não pode findar a dor.

Claro que você sabe que vai passar. Mas, também sabe que vai demorar. Que por um tempo (ou um bom tempo), você vai andar pela rua sentindo a falta de uma mão a amparar a sua. Vai sentir falta da pele, do gosto, do silêncio e dos barulhos tão particulares entre os dois, tão apaixonados. Um amor que cabia bem naquele ninho azul de amor.

E a saudade, por tempo, vai maltratar. Você procura um cheiro, um toque, um olhar que seja parecido, pelo menos. Vai abraçar muita gente, tentando encontrar aquele encaixe que só existia entre os dois. Vai procurar pelo gosto em outros beijos e vai perceber que aquele doce, só existia ali, naquele mínimo espaço entre os corpos.

O tempo vai aliviar a falta. Vai cicatrizar as feridas. Vai amenizar as curvas do caminho. Vai te fazer pensar e repensar em um novo começo e em um novo final. Vai chegar uma hora que não vai doer tanto. Não vai faltar tanto. E, pode ser, que até tenha a hora de aceitar que, era mesmo para ser assim.

Mas, enquanto não chega, a ficha cai... e a gente busca o sol, a lua, o vento ou a chuva... Qualquer coisa... e coloca dentro do peito só para ocupar aquele espaço que ontem mesmo, era tão nosso...