O preço que toda dor deve ter

Às vezes é preciso a liberdade. Dos vícios. Do vício de fumar, por exemplo. Ou beber demais. Ou comer chocolate quando a pressão do dia-a-dia aumenta. Ou do vício de amar a mesma pessoa por longos anos a fio. Eu não sei que tipo de batalha irei enfrentar, mas pior que esta guerra interna não há de ser. Aceitar a doença é o primeiro passo para a cura. E eu acredito nela. Muitos me desencorajaram. Disseram que não há conserto para um coração partido. Nenhuma intervenção cirúrgica de reparação. Nenhum curativo compatível. Nenhum novo amor como remédio. Mas você simplesmente não pode se entregar, assim, como um paciente terminal. Tem de haver um jeito, uma saída de emergência, um escape, ainda que doloroso. O que é uma dor a mais ao meio de um cardume inteiro? Será que há um preço? Qual será o preço da liberdade? A fiança que tira do cárcere do amor? Parece até eufemismo. Coisa linda de poeta dizer. Só que a verdade ainda faz doer.

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 02/02/2012
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