NATUREZA DA GRATIDÃO

A referência é a escrivaninha;

giro-me cem graus, à esquerda,

o que só em raros momentos o labor permite.

Desço olhar por entre as persianas,

que aquebrantam a propagação de calor

e a intensidade de raios luminosos

enquanto a manhã expande-se e avança.

Pelos estreitos través,

alcanço maravillhas que desquartinam-se,

lá embaixo, nas ilhas ajardinadas.

Verdes, em disposições angulares e circulares

plantadas na lâmina de água argentada,

os comedidos espaços são

amostragens diminutas de florestas, de

selvas e de bosques nossos.

Movimentos diviso;

não são produtos de ilusão,

mas carpas vivas e concitadas entre si,

que se deslocam na transparência e

na macieza de seu líquido "habitat".

Também, ao pé da palmeira ali fincada,

um pássaro pousa e atrai-me a atenção:

expõe-se ao refrigério da sombra,

agitando ao bico nutrientes que recolhe

da vegetação rasteira;

toma sorvos da água

levemente agitada pelo vento,

retifica o ornato de sua plumagem e alça voo.

Tudo aprecio desde um ângulo elevado;

por um instante,

detenho mirada e pensamento.

Pelo que vejo e pelo que sinto,

Deus,

impossível é não agradececer

e não permitir-me apossar do desejo de mais Te amar.

Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 02/02/2012
Reeditado em 03/02/2012
Código do texto: T3477196
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