Um dia qualquer

Na bolsa uma cartela de anticoncepcionais pela metade, unhas roídas, fotos amareladas na carteira e um bolo velho na geladeira...

Olhou os chinelos.Calçar?Pra ir aonde?Uma volta?Talvez... É!

Procurou no cesto de roupas. Achou. Vestiu uma calça amarrotada, uma blusa preta e os chinelos. Meia hora, um passeio de meia hora. Voltou pra casa. Pôs uma música para embalar o início de tarde e a vontade de transbordar, de se expandir para além de si, não sabia porque, mas se sentia triste, rabiscou um poema enquanto despedia-se de pedaços de memórias, pensamentos, reminiscências do que outrora fora. Domingos esquisitos, todos têm sido esquisitos! Perversões à solta. Pensou em passar o resto do dia dormindo. -Melhor seria... Não conseguiu. Levantou, foi até a cozinha, comeu o bolo velho.

Rachel Souza
Enviado por Rachel Souza em 16/01/2007
Código do texto: T348684