Somos de nós, nossos melhores amigos

Olha para a fragilidade da tua alma, e sinto um arrepio...olho para os teus olhos tão distantes...e tenho medo...como te trazer para o meu mundo se não me deixas entrar no teu?

Ando tão longe de tudo e tão mais perto do que gostaria, sou arremedo de certezas, um amontoado de dúvidas e medos...

Enquanto olho para a distância que estás, sinto uma pitada de inveja...quanto mais te afastas, talvez menos sofras, e quanto mais me aproximo...mais me dói...

Hoje, quando mais me fecho dentro das minhas interrogações, mais incertezas encontro e quanto perguntas me faço, menos quero as respostas...

De alguma forma somos parecidos, porque não queres chegar a lugar algum, sei dos teus medos em dividir palavras...mas sabes da garantia quando estou por perto, sabes que tens um colo pronto para teus desvarios...e perto de ti sei que posso voar nos meus...sem que eles te afetem...

Teus rituais me incomodam...ou talvez me doam... não sei ao certo se é frustração ou medo que me agita nessa hora. O teu distanciamento, a tua alienação...me assombram, tenho calafrios em pensar no amanhã...

Enquanto te observo com olhar discreto...tua indiscrição me estuda detalhadamente...pergunta, inquire...somos um pouco cúmplices um do outro porque nos protegemos e nos entendemos dentro desse nosso universo tão complicado...tu, nos teus vôos sem direção e eu nos meus anseios pouco digeridos pelo mundo ao meu redor...

Somo tua fragilidade à minha...nos percebemos pela troca que só nós sabemos fazer...nós nos achamos e nos perdemos em nós mesmos e por mais que pareça hilário em meio a toda rebeldia em nos aceitar...somos de nós, nossos melhores amigos...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 16/07/2005
Código do texto: T34957
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