Pregos na cadeira

Quantas foram as vezes que me pegastes sorrindo e

chorando ao mesmo tempo?

Quantas vezes eu sorri com lágrimas aflitas rolando pela face?

E quantas vezes nem sequer notastes que eu chorava...

Quantas foram as vezes que rolei na cama com o corpo ardendo em febre...quantas foram as noites que passei desperta com os pensamentos borbulhando...quantas vezes amanheci com olheiras profundas e passei o dia sorrindo para que não notasses minhas angústias...

Ah! quantas e quantas vezes me agarrei a esperanças tantas...para sobreviver...quantas e quantas vezes caminhei com a cabeça

erguida e a alma cheia de espinhos...

Quantas vezes tenho estado tão sozinha...tão absolutamente

só...que ouço o eco dos meus próprios pensamentos...

Quase não ouço a minha voz...prefiro silêncio...prefiro a

a ausência de mim...

Se em todas essas voltas que a vida tem dado...eu não consegui acompanhar o girar das rodas...e se ainda não consegui desembarcar desse trem...é porque minha vida é um estado de espírito em constante mutação...mas lenta...e ainda que eu apresse os ponteiros...

ou tente estancar as lágrimas...não conseguiria cicatrizar as feridas...

que não cessam de sangrar...porque simplesmente não cessam de rasgar...

Tenho um céu e tenho uma imensidão a me esperar...e

não sei como chegar...tenho a vida passeando na minha janela...e não consigo alcançar...

Por quanto tempo ainda terei pregos nessa cadeira...por quanto tempo mais estarei nessa trincheira...por quanto tempo essa guerreira ainda será soltária...nessa prisão arbitrária?

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 17/07/2005
Código do texto: T35142
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