Morrer e Renascer Todos os Dias

Porque o mar nos leva com ele entre ondas calmas e agitadas? Como ele nos hipnotiza ao ponto de fazer-nos embarcar em pensamentos mais divagantes?

Não sei responder, mas o fato é que após um dia extremamente decepcionante, tive a oportunidade de sentar-me em um cais, mais precisamente numa ponte que foi construída, e vão uns cem metros além da praia, e é feita de madeiras bem antigas, com frestas de uns dois centímetros que dão pra enxergar as ondas embaixo, batendo nos arrecifes.

Caminhei até a ponta. Sentei-me e fiquei ali observando o mar, o horizonte e o sol, que estava se pondo, num tom meio avermelhado como a paixão que movia a estar ali. Paixão essa que nesse instante me fazia triste, pela distancia e pelos desencontros.

Ali meus olhos descansavam e minha mente divagava nas palavras ditas, nos gestos feitos. O sol morria no horizonte, e com ele meu coração ia. Não sabia exatamente o que fazer, que atitudes tomar, o fato é que o sol e meu coração morriam, para noutro dia renascer naquele mesmo lugar, da mesma forma, e mesmo sem tantas pessoas para vê-lo, ele estava lá.

A brisa batia leve no meu rosto, levando com ela as lágrimas que meus olhos ousaram derramar, mesmo sem querer.

Acho que não só eu, mas tantas pessoas já choraram por um amor.

Bom, o fato é que meu coração naquele dia morreu, naquele dia ele foi triste, sufocado pela distância e pelos atos alheios a mim.

As ondas batiam no cais, e pelas frestas me molhavam e eu pouco me importava com os respingos, por que cada gota parecia acalentar meu triste olhar naquela tarde. Ali enquanto descansava sentindo o cheiro do mar, me desvencilhava de todos os sentimentos que me faziam sofrer.

Todos os dias nós morremos para renascer noutro sol, numa renovação de energia, de amor, de você próprio.

E quem sabe se ao renascer, você consiga apagar tudo que ontem fez você chorar?!

Priscilia Nascimento
Enviado por Priscilia Nascimento em 18/07/2005
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