Como não falar de amor?

Como eu poderia falar de coisas sublimes, se o mundo ao meu redor vive em guerra? Como eu poderia falar de amor se nem todo o amor que mora no meu peito, ronda por onde ando, se nem todo o amor que acredito existe no mundo real...

Parece utopia eu me fechar no meu mundo e cantar a beleza do meu amar, quando o mundo anda em desamor...

Mesmo que eu derrame todo o amor que há em mim, não terei inundado senão o meu chão...nem contaminar as pessoas que comigo divido espaços...talvez consiga...mesmo assim eu não penso em desistir...

Mas como falar de amor se o sentimento contrário tenta me engolir a todo instante? Se campeia ao meu derredor como um anjo contrário, que quer fazer morada à minha volta, e me choca todos os dias, mostrando suas presas agudas?

Como falar de amor se os corações estão ficando embrutecidos pela violência...se a banalização da frieza está estampada na alma das pessoas...é como semear em terra árida...

Não permita, Senhor, que o meu manacial de amor seque...que eu embruteça...Ah não permita Senhor que eu seja vencida pelo desafeto e me torne tão seca a ponto de não mais me sensibilizar com palavras, com gestos...com o meu semelhante...

Que eu nunca me canse de doar o que transborda em mim...e que nunca confundam excesso de amor com falta de senso crítico, com excesso de tolerância...

Como não falar de amor, se o que mais falta nesse mundo é exatamente amor...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 18/07/2005
Código do texto: T35338
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