Conjugo-te

Dado ao tempo que agora passou

E cá ficara as lembranças

Dado ao teu beijo insosso que ficou

Desvanece de dor a esperança

Então passo a conjugar o verbo sofrer

Apenas na primeira pessoa do singular

E assim poderia eu dizer

Que em dor, apenas assim posso expressar.

Fizeste amor, calha do meu ser

Que por um ser, se esvaiu

Então pouco me custa saber

Que dor, em ti não há, pois cá, ficou...

Assim, dado ao sofrimento cálido

Esqueço-me que não sei amar

Já que em meu rosto, desfeito, pálido

Amar fora sempre o meu intento, amar...

E tu, donde estás?

Narravas com convicção

Tuas "verdades" que chamou de sempre

Agora me veja só

Num pretérito imperfeito

Que ficou ausente

E percebo que cá, não desata o nó

Dado a alma, no plural

Nesta sina, que chamei presente.

Volto ao verbo, e tento conjugar

Mas ainda insisti em ter

Apenas a mim, num singular

O Eu, jamais há de ser Tu,

Nem Nós, talvez eles...

Hum, pouco importa.

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 20/01/2007
Código do texto: T353394