É a vida, é a vida!

Quem passa e olha distraída encarando o destino e perseguindo o acaso: é a vida, é a vida. Passageira eterna de missões efêmeras, transeunte que atravessa os homens e ultrapassa o tempo. É a vida, é a vida, estação de espera do infinito, trem que parte sem hora de partida, rumo ao conhecido desconhecido que embarca no sonho.

Vida que segue e se segue indagando à vida o sentido do viver. Em direção à terra de ninguém, no caminho de tudo, em meio ao abismo de qualquer sentido. Vida que descreve um círculo e retorna ao fim do homem. É a vida, é a vida, cansaço de quem espera, acúmulo de quem vive.

Vida nova que desfaz a vida e acorda a morte, reciclagem do velho, ímpeto do novo. Bem-vinda vida, porto das auroras, mãe de todos os crepúsculos. É a vida, é a vida, vento da desordem contínua e das certezas descontínuas. Quem passa e estanca o passar, colorindo a passagem, descolorindo quem passa: é a vida!

Prazer, meu nome é vida, esteira sem ponta, paradeiro desconhecido, matéria que desponta e aponta pro mundo. É a vida, é a vida, esponja insaciável, esposa infiel, sentença de tudo que vive. Eu sou o sonho insone do desenganado, sonífero despertador da fantasia, bilhete premiado do infortúnio, túnel que adentra na luz!

Gabriel Calixto
Enviado por Gabriel Calixto em 22/01/2007
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