Desfaço-me em retalhos, fragmentando partes que antes me pareciam sólidas. Percebo que há vazios, espaços porosos que foram abandonados nas lembranças de vivências que antes pareciam histórias verdadeiras. Avaliando equívocos, sem nenhum lamento, procuro empreender o que considero ser melhor no momento em que me encontro, ciente que ainda cometerei enganos, desviarei as rotas, terei a sensação de naufragar e, ainda assim, continuarei investindo em sonhos e utopias. Nesses espaços, que parecem nunca preenchidos, encontro a insatisfação saudável de busca. Alguns deles pertenceram temporariamente a pessoas e situações que me pareciam essenciais. Percebo agora, que eram verdadeiramente passageiras, serviram-me apenas como aprendizado. Do todo que reconstruo, recolho a experiência, certa e que ainda me sentirei como fragmento de muitas histórias.