Rastejante

Parada, com o material do ofício

Ela olhava espanatada para trás

Esguia, vestida modestamente

Admirava a relva

Que ao sabor do vento

Balançava-se lenta

Misturando-se a poeira

Que saltava rápida

Da estrada agreste

De repente, fixou o olhar

Na forma estranha da relva balançar

Era verde, diferente, mudava de lugar

Com o olhar estático

Deu um passo à frente

Deixou passar

O estranho ser, que com seu rastejar

Estava a acompanhar-lhe

Aproveitando o espanto

Perguntei-lhe - Não tens medo?

Respondeu-me rindo

-Não, não tenho, já mme acostumei

Desço aquela estrada todos os dias

E aqui fico a deleitar-me com a companheira

Que aos poucos some para mata fria

E eu fico a pensar no meu dia-a-dia

Que passo a modelar a argila

Com a esperança de uma recompensa

Pois o salário de professor

É um quase nada, é uma agonia

My Guel
Enviado por My Guel em 22/04/2012
Código do texto: T3627108
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