Ao Léu

Senti fome, sede e frio

No vão vazio onde me deixaste.

Parece até desastre,

Mas sucessivo quão bruta dor

Cavando a mão nua

Com ufano sorriso.

Entre os dentes,

Meu pranto rosnou baixinho a noite inteira

E com dois goles de tristeza,

Adormece sobre a mesa

Posta por tua confiança;

Confiança que errou o caminho,

Sumiu no breu obscuro

Com a vela da esperança quase apagada...

É preciso ar,

É preciso mais,

É preciso muito mais, amor,

Pra não me deixar ao léu.

É preciso comida, água e cobertor,

É preciso dar valor.

É preciso amor!

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 22/04/2012
Código do texto: T3627222
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