Indigesto amor

A língua sem fonema, treponema vocal.

E no ar da fala nem um tema.

Olhos desconectados ao avulso do avesso,

ouvidos entupidos sem sintonia, monotonia.

O nariz suga o pó, cheira poeira.

Cabelos e pelos se misturam no mesmo leito, espirro com defeito,

o esbaforido do néctar tinge a laringe, o cuspe na cara da esfinge,

a cabeça pensante sempre finge.

O dente espera a carie com amor,

aproveitando todo o sabor.

Boca escancarada esperando o incremento,

sobe alimento, desce excremento.

O corpo apodrece, esmaece,

todo mundo esquece.

uma ressalva;

Aos que falam de amor e fingem não sentir dor, usam o amor como lição, satisfação, ilusão, bonito, feio, compromisso, combustível, moeda de troca, sacanagem, riqueza, pobreza, dinastia, religião, futebol, política, excremento, lamento, "poesia", heresia ...ou sei lá mais o que, no final ninguém sabe o que sente, apodrece, esmaece e todo mundo esquece.