Descaminhos silenciosos!
Deveria ser um sinal de mal presságio, mas não soube interpretá-lo. Quando um casal recente passa mais tempo conversando, "discutindo a relação"... .
Uma noite de muitas palavras, poucos olhares, nenhum calor e uma gigantesca onda de emoções distorcidas. Desencontros, conflitos, a rotina dos apaixonados. Brigaram? Terminaram? Ou renunciaram às personagens românticas? Perguntas que ecoaram por cada canto daquele quarto.
Ele se foi: cabisbaixo, uma tristeza enigmática, maldita, não identificada, não compreendida.
Horas, dias e..., hoje. Meses, sem uma única palavra. Era high-tech e não conseguem emitir sequer sinal de fumaça.
Contrariamente às guerras e hecatombes que nos fortalecem, é a minitragédia diária que nos faz céticos, desesperançados, humanamente falidos.
A lógica dos ex-amores é diversa. Destruir o outro eu é fonte inesgotável de satisfação. Não basta desconstruí-lo, deve-se ainda crucificar e expor à exacração pública. Só então minora-se o sentimento de tristeza, indefesa, derrota.
Cada amor desfeito é mais uma vitória do lado obscuro do mundo.