Palavras não morrem

Palavras de amor são sonhos emaranhados

Desfiados pelo tempo, cientes de que só o papel

é pouco, ou quase nada, para perpetuá-lo

No vão momento, entre nossos pensamentos.

Molhada no tinteiro, a pena desce

Sobre a dobradura fina deste corpo branco

E segue o caminho dos olhos para autobiografar

As primeiras letras e palavras de amor.

O silencio lá fora se desfaz por uma folha que cai,

O vento mensageiro chega, mas chega tarde para o poeta...

Pois nos traçados suaves e tristes ele esculpe

Palavras de amor primeiro, inventadas a todo instante.

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 26/04/2012
Código do texto: T3635404