A quem possa interessar por um simples desabafo perdido no sopro da brisa vespertina...

A quem interessar.

Eu sempre acreditei em "nós" e nunca no "eu" ou no "você", simples palavras perdidas e sem sentido.

Eu sempre acreditei no poder da recuperação, da superação e do caminhar olhando sempre o futuro promissor.

Eu sempre estive ao seu lado, mesmo quando eu estava sozinho.

Eu sempre acreditei em você, em nós, mesmo quando você não se dava crédito e estava a um passo de desistir.

Eu sempre lutei por acreditar em coisas possíveis, que um abraço superava qualquer briga ou ofensas.

Eu sempre busquei aperfeiçoar minha paciência, minha compreensão, mas mantive a teimosia.

Teimei em acreditar que um dia poderíamos ser um "nós", uma estrutura, uma família.

Mas isso é para qualquer um, menos para os que se ofendem e se queixam todos os dias, para os que desistiram antes de começar e para os que acreditam apenas na maldade do outro, mesmo que essa maldade não exista, pois, ela existe sim, dentro de você!

Conquistei bens materiais, reencontrei amigos, progredi na minha profissão, desejei, amei e lutei, mas por um capricho de algo que não sei explicar ainda, fez com que o "nós" nunca existisse e o "eu" sobrepujasse as conquista com uma inveja mesquinha incompreensível.

Destruir o que se constrói é a parte mais fácil. Em poucos segundos, poucas atitudes, palavras simples, porém incisivas fizeram cair por terra tudo o que acreditei. Construir leva tempo, tempo que talvez eu não tenha mais. Tempo que talvez você não tenha mais. Tempo que o mundo não tem mais.

Eu morri. Ressuscitei. Mas ainda não sei quem eu sou agora... Mas não sou como você, isso eu tenho certeza.

A quem possa interessar por um simples desabafo perdido no sopro da brisa vespertina...