De mãos dadas com a escuridão

Parece que a escuridão tem acompanhado a maioria dos meus dias e me ocupa como moradia sem pedir uma opinião se é ou não acolhida com satisfação. Sorte que ela não dói sequer me torna cativa, não mais. É um tipo de escuridão livradora, que inicia um olhar. Jamais enxerguei tanto quanto neste momento! Já adormeço com a luz do abajur desligada e a escuridão, que antes me repelia, me abriga. Vivo de maneira fraternal com a escuridão. Penso que a luz que tenho buscado em mim (e que às vezes só eu enxergo) tem me sido o bastante! Modesto vagalume que brilha sempre, mas que muitos só enxergam no instante em que todas as luzes se apagam... Então viva a força da escuridão!

Se antes um lado meu pediria perdão pela minha melancolia, atualmente ele a protege, pois é ela que me salva, liberta e me faz querer escrever, mesmo que asneiras tão desprovidas de sentido como estas! E como diria a minha venerada Clarice Lispector: "Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo de chuvas tempestivas, nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite." E como atualmente estou escura! Desprovida de estrelas, mas ainda existe uma lua, que me incomoda, mas aos outros conquista...

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 29/04/2012
Código do texto: T3639896
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