O Galo

O galo do meu vizinho sempre canta quinze pras três,

Mas pra quem levanta as cinco tira o sono de uma vez.

Fui falar com o responsável o vizinho que mora ao lado,

Que tem fama de brigão e da cachaça não abre mão,

E gosta de andar armado com uma faca e um facão.

Ouviu-me atentamente sem ligar muito pro caso,

E disse já resmungando: homem esqueça o meu galo!

Preparei o plano B pra me livrar desse enfado.

Perguntei ao seu brigão qual era o valor do galo?

Ele olhou-me meio de lado com uma cara de invocado,

E mim disse bote o seu preço pra ver se eu me agrado.

Eu botei vinte mirreis pra ver se fechava esse caso,

Mas ele sem alegria me disse: por menos de cinqüenta eu não abro,

Achei o preço absurdo, mas era a solução pro meu caso.

Resmungando eu lhe paguei e logo me passou o galo,

O penoso eu cozinhei e feliz o degustei e disse: caso encerrado.

Logo depois viajei pra descansar do trabalho,

Tirei férias em Aracaju, pois lá nasci e fui criado,

Retornei um mês depois com as lembranças do passado.

Ao chegar à estação com o vizinho me deparei com as malas,

Pronta na mão e a família do seu lado,

Perguntei-lhe que é isso homem! Ta partindo pra outro lado?

E ele sorrindo me disse: to voltando pra Umbuzeiro vendi a casa e o Carro.

Depois que me despedi sair em busca de um taxi

No trajeto pensando sorri nunca mais ouvirei outro galo.

Ao chegar ao meu portão satisfeito desci do taxi,

Mas algo me chamou a atenção na frente da casa do lado,

Uma placa escrita dizia: granja do galo dourado.

Antonio Sergipano
Enviado por Antonio Sergipano em 30/04/2012
Reeditado em 19/01/2024
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