Borboletas internas

Eles andavam sem rumo por uma alameda ladrilhada. Para ela, só existia ele naquele caminhar. O fato de tê-lo ao seu lado bastava naquele momento. Caminhava lentamente, como quem quisesse tardar o tempo. E quando as mãos de ambos esbarravam-se, borboletas quase saiam disparadas por sua garganta! Algo queimava dentro de si, quando seus olhos alinhavam-se aos dele. Seu desejo era que aqueles ladrilhos fossem infinitos. Por vezes, um inibido sorriso surgia em meio à quietude, apenas por estar ali, com a única pessoa que queria estar. Seus destinos aproximavam-se, mas havia tantas coisas a serem exprimidas, tantas verdades a serem proferidas. A mesma trava que a acompanhou silenciosamente em todo o percurso, não dera trégua se quer nas melancólicas despedidas. Foi-se, sem saber que tudo o que sentira fora recíproco..

Bruna Maia
Enviado por Bruna Maia em 05/05/2012
Reeditado em 16/08/2015
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