Mês de Maio

Há no mês de maio, certamente, algo que lhe é intrínseco e muito nobre. Talvez traga consigo em sua essência etimológica algo mais profundo que o seu ‘m’ de missão. Talvez algo maior que a ideia de mito da fertilidade e um pouco menor que a prática da divina doação. Existe no seu ‘M’ de Maio um tesouro inigualável, que é o ‘M’ de Maria, o ‘M’ de Mãe. Também carrega em si mais um ‘M’ de Mistério. Porque foi de forma enigmática que o Mês de Maio foi escolhido para que a Virgem Maria falasse, à humanidade terrestre, sobre a paz necessária ao mundo.

É em Maio que resplandece a Luz do Mundo. Uma luz sem sombras. Uma luz que não é sol, pois se antecede ao astro rei antes mesmo da sua própria aurora. É a luz divina que se fez luz pela majestosa força cósmica, pela sapiente criação. E tem o dom de iluminar o mundo, de acordar os homens, de dar-lhes o entendimento para saber que podem nascer outra vez. Pois, cada um de nós nasce, no mínimo, duas vezes: nasce primeiro, sem saber se nasce, quando assim nasce a sua genitora - sua mãe. E, por conseguinte, nasce, de fato, quando dela nasce. Este é o segundo nascimento quando se é fisicamente apresentado ao mundo, através da maternidade.

É inevitável, por conta disso, se dizer que o Mês de Maio tem dupla função: a primeira, reconhecer o poder sublime de Maria; a segunda, celebrar o seu amor incondicional de Mãe. E, se existe algum mistério nisso, aos olhos dos homens, há muita simplicidade e luz, aos afazeres de Deus.

Por isso, fez-se maio o Mês de Maria.

Por isso, fez-se maio o Mês das Mães.

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Nota: Dedico estas palavras à minha mãe – agora, uma octogenária - aniversariante do mês de maio.