Um espírito poeta

Talvez se ali naquele momento houvesse um espírito poeta, cantaria quem sabe um poema... _ A menina não veio; a menina não foi... A menina não alcançou o artista, que pinta da cor que é de nada; são corres das lagrimas da madrugada. O poeta que diz: _ isso não é só boatos; são coisas de fato. Uma mistura do dissabor, de uma vida de dor; das indiferenças. O poeta que diz: _ queria a menina conhecer bem o artista, que se perde de vista, na vasta tristeza. O poeta que diz: é uma mente surrada; perdida nas madrugadas. O poeta que diz: _ a menina dos gritos, que nada se ouve; sumindo o artista... O poeta que diz: esta presa seus pés neste vasto castigo; que são os seus amigos, das angústias que passa e das zombarias que se seguem seus dias... O poeta que diz: _ a menina não para, quer saber do artista. O poeta que diz: _ suas pisadas que são quase nada; deixada nas folhas que segue no bosque do triste silencio da vida; que num grito se perde. O poeta que diz: _ a menina que sonha com as mãos do artista... O poeta que diz: _ estes sonhos que vagam no deserto das esperanças, cuidando que chegue às margens da insana corrida da vida. O poeta que diz: _ a menina sussurra no ouvido do artista. O poeta que diz: _ são apenas sussurros para dentro de si...