As portas da vida.

Várias portas se nos deparam como convites, alternativas e escolhas. Diante delas, umas já abertas, outras ainda fechadas, algumas imponentes, outras mais singelas, estão as incógnitas de trajetos e de um destino.

Não sei se ao abrirmos os olhos, fugindo ao turbilhão que nos inundava, descobrindo a claridade que ora nos ofusca, ora nos atrai, encontramos a porta certa para iniciarmos descobertas.

Creio que aí temos a primeira escolha. No decorrer de outras escolhas, por vezes entre calmarias, por vezes entre fúrias, por vezes acendendo a escuridão, por vezes apagando a nossa própria luz, vamos, uma a uma, descerrando mistérios, procurando magias, querendo seguras rotas, encontrando trilhas tortas, abrindo, abrindo, abrindo enquanto passam-se os anos, andam os tempos.

Não sei se ao abrirmos os olhos, caímos frente ao trajeto certo que poderia nos conduzir ao destino melhor. Escolhe-se o destino? Sabemos como fazê-lo? O acaso é que nos doa o destino? Sabemos merecê-lo?

Portas que nos deram prazer e nos completaram. Umas já abertas, impediram nossa passagem e não lutamos, outras, entreabertas, mostraram sombras e nos deram medos. As que convidavam e as que expulsavam. Tantas portas, tantas travessias, pontes, inseguros passos a insondáveis respostas. O efêmero a esvair-se por abstratos contornos deixados por aí... escorrendo...

No entanto, sempre abrem-se portas da amizade, da felicidade, da esperança, da saudade.... Lembranças e sonhos... Portas dos abraços, dos afagos, dos amigos... conquista de espaços, lutas e vitórias, alegria de viver.

Nada se perde...entreabrem-se dias de campos verdes, de flores, de cores, de sons e, pelos céus em azuis, as portas do calor, do amor, a noite abrindo-se sem fuga de estrelas ou de escassos luares.

Portas como essa que transpomos, com sabor de brisa marinha, no farfalhar alado de gaivotas mágicas, um farol-guia e o cheiro inebriante do mar... Sempre encontramos portas douradas, abertas, repletas de carinho... é o grande portal que dá acesso aos nossos corações.

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 03/02/2007
Código do texto: T368583