Para Margarida Reimão, doce amiga.

Quando a primavera chegou, procurou por sua flor mais bela... aquela flor que exalava poesia, que tinha brilho no olhar, que espelhava todas as cores nas letras que compunha e colocava lado a lado, em seus poemas, seu traço forte de mulher especial...

Quando a primavera chegou, procurou por ela... Correu atrás do verde nos campos, pelas colinas do caminho, nas ondas do mar indomado... nada... foi atrás dos ventos, dos pássaros, nas partituras de músicas ainda não inventadas... nada...

A primavera chorou... em pingos de chuva, chorou. As flores nem desabrochavam, não havia cantos pelos recantos dos jardins... Nós choramos.

Na noite, quando o manto escuro cobriu a paisagem, uma estrela brilhou mais... Era ela, a flor que agora é estrela, que só brilha no azul... Emitiu sua luz pelos caminhos e dourou a paisagem... na madrugada, expandiu-se mágica e iluminou o mundo. Deixou clarear o dia e as cores vieram. Era ela, MARGARIDA, que bela e única, mesmo sem sua voz a ecoar poesia, trouxera vida às flores. Nova primavera. Sem a magia que essa flor derramava a todos, mas lembrando que ela gostava da vida. Se não está aqui, o perfume que sentirmos será sua presença querida para disfarçar nossa saudade.

Não poderia ser assim, não queríamos assim. Os céus a quiseram.

Agora MARGARIDA, derrama em lembranças a nós, que ficamos tão sós, o seu carinho em forma de luz.

Salve, querida! Estou a ver-te nas flores! “Nada é cinza, Ida, nós é que damos as cores...” foi o teu recado. Estás conosco na beleza de todas as margaridas. Te amamos.

(Margarida Reimão deixou o mundo sem sua poesia em 05/04/2005.)

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 03/02/2007
Código do texto: T368591