A arte do crime de amar.

“Quem inventou o amor? Responda por favor”.

Por favor, se alguém conhece esse tal inventor do amor, conte-me, pois preciso lhe falar poucas e boas. O que ele tinha em mente quando criou o amor? Ir contra a natureza humana? Pois não existe nenhuma sensação, nenhuma droga, nenhum sentimento que aproxime tanto o ser humano dos outros animais.

Nós, humanos, nos diferenciamos de todo o resto por pensarmos, raciocinarmos. Como pode então um sentimento ir contra nossa principal característica? Amar alguém e estar apaixonado por essa pessoa nos impede de usar a razão. Fazemos loucuras para conquistá-la, agimos com o impulso, enlouquecemos. Até que nos bate um surto de realidade, um pouco de ser humano, pensamos na atitude que tomamos, e então nos arrependemos. Juramos nunca mais fazê-lo, e horas depois estamos cometendo o mesmo crime: amar.

E amar, amigo, é um crime inafiançável. Não adianta fazer promessas, muito menos tentar esquecer. Se você ama verdadeiramente, cumprir-se-á a pena por isso.

E se a pessoa também te ama, não desista, brigue até o seu limite. Não vale a pena desperdiçar um amor por bobagem. Cometa loucuras, erre, acerte, mas tente. É melhor se arrepender das suas ações do que de suas omissões. Errar faz parte, e se a pessoa te ama, irá entender. O orgulho é um inimigo que tem de ser combatido, não deixe que ele seja maior que seu amor. Perdoe (quando o erro for perdoável), corra atrás, peça desculpas, mesmo quando você nem errou.

Mas se a pessoa não alimenta o mesmo sentimento que você, deixe passar. Algumas pessoas valem o esforço, outras não. Brigar por isso só te fará mal. Não cobre dela o que você sente, ela não te obrigou a isso. Muito menos cobre o que a pessoa sente por você. Agora é você que não pode obrigá-la a isso.

Não se esqueça: sempre há dois caminhos a seguir. E cada estrada reserva coisas boas e ruins. Não se pode seguir nas duas e cedo ou tarde você escolhe. Vale mais abrir mão de alguém por algumas coisas ou abrir mão de algumas coisas por alguém? Mas seja qual for sua decisão, arque com as conseqüências, siga em frente, não olhe pra trás. Não olhe pra trás... Mesmo que você queira seguir por outro caminho lá na frente, não olhe pra trás... Algumas escolhas nos permitem recomeçar, mudar de estrada. Outras não. Outras não...

Caso você não siga os padrões aqui escritos, não se culpe, afinal, a única cláusula pétrea do texto é que amar é um ato irracional, e, de uma forma ou de outra, você irá sofrer. Resta escolher como, e o mais importante: por quem.

E se você, caro leitor, já sentiu isso alguma vez, entender-me-á perfeitamente. Caso nunca tenha sentido, sinto muito, você é um ser humano racional, sem o melhor da nossa essência.

JoaoEbling
Enviado por JoaoEbling em 27/05/2012
Código do texto: T3691524