Simbiose.

Sinto sua vontade, transformo o seu ser.

Uma luta para não deixar-se dominar,

a força da razão se empenhando em neutralizar o meu poder.

Dor.

O sangue pulsa com violência, resposta do coração.

Seu corpo vibra, se contorce.

Suas mãos apertam minha carne querendo arrancá-la.

Ódio.

Meu olhar penetra sua alma, você já não pode resistir.

Feche-os, não olhe mais.

A mente falha, o desejo grita, e a boca saliva.

Prazer.

Pouco a pouco eu te domino. Logo eu sou você e você sou eu.

Meu sangue, minha carne, meu corpo.

A força de dois planetas que se colidem, origem da vida.

Nós.

Uma simbiose violenta que nos draga para o fim.

Consumimo-nos em chamas, mas das cinzas não voltamos.

O meu fim é em ti, como o sol no horizonte.

Deixamos.

Com último grito tudo se acaba.

Não existe mais nós, nem mais dois.

Somos nada, somos um.

Artificialmente um. Domínio simbiótico.