CANÇÃO DA CRIAÇÃO

1.

Não havia, ainda, nem o não-ser, nem o ser.

Não havia nem atmosfera, nem o céu por cima.

O que passava para cá e para lá?

Onde?

Sob a guarda de quem?

O que era o inescrutável?...

Nem morte, nem imortalidade havia então.

Não existia sinal de dia e noite.

Respirava segundo sua própria lei

Sem sopro de vento, esse UM.

Qualquer outra coisa, senão essa, não existia.

No começo a treva se ocultava na treva...

O elemento vital, circundado pelo vazio...

O UM nasceu pelo poder de seu ardente afã...

Pois havia um abaixo,

havia um acima?...

Quem sabe ao certo?

Quem pode aqui anunciá-lo,

de onde se formou,

de onde veio esta Criação?

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2.

Nasceu como um ponto luminoso,

Que, irmão de milhares de outros pontos

Suas firmes trajetórias iniciaram

Sob as leis do pai o movimento,

Obedecendo à mãe, a gravidade,

Puseram-se a girar... a girar vertiginosamente

Formando imensas espirais...

As espirais foram-se expandindo,

Em anos luz distanciando-se

Explodindo milhares de outros mundos

Com a nossa Terra ocupando apenas,

Um cantinho desse gigantesco disco!

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3.

E...

No show do Cosmos... vê-se o desfile dos astros

que à distância luz daqui, minha alma eterna contempla!

As estrelas brincam entre as nebulosas perdidas,

Formando o retrato de Deus, enquanto deslizo no azul,

De braços abertos saudando, as obras da Criação!

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Jundiaí, 25 de maio de 2012

Apresentação no Sarau do Barão

Jundiaí-SP

1ª parte : (Livro Hindu: Rigveda, 1700 anos A.C.)

2ª e 3ª partes : (autoria de Helenice Rodrigues - 1989)

Helenice Rodrigues
Enviado por Helenice Rodrigues em 28/05/2012
Reeditado em 28/05/2012
Código do texto: T3692409
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