Diário da Madrugada

São 03h14min da madrugada e eu não consigo dormir. Enquanto esse sono não chega fico com o computador ligado (pode ter certeza, é uma ótima companhia para as noites solitárias).

Hoje é uma noite diferente das outras, além do som do áudio, eu consigo ouvir e apreciar o aconchegante barulhinho da chuva. É uma chuva suave, daquelas que pingo a pingo vão caindo no chão e levemente vão passeando pelo corredor.

Eu sinto o meu coração pulsar dentro de mim num ritmo compassado e suave. Não é sentimento de paixão, afinal eu sei que não estou apaixonada, no máximo é falta de me apaixonar. Deve ser isso mesmo: falta de uma paixão. Uma dessas paixões avassaladoras, que faz com que a gente se esqueça de tudo, que perca o chão e queira somente estar em companhia da pessoa amada.

(Sinceramente acho que nunca amei alguém de verdade).

Espera um pouco... É claro que eu amo minha família, meus poucos amigos... Enfim, eu amo as pessoas que estão sempre ali comigo, do meu lado mesmo nas horas mais difíceis. Mas quando eu citei a palavra amor, eu quis dizer esse entre duas pessoas. Esse tipo de amor que talvez eu possa não acreditar que exista. Esse tipo de amor que dizem que as pessoas no geral, foram criados em duplas, em almas gêmeas, em duas metades da laranja,... E por aí vai. Se realmente cada panela tem sua tampa, acho que não sou nem uma nem outra, eu devo ser uma frigideira. (Penso que o mundo seja uma enorme cozinha e eu apenas uma simples frigideira, útil, necessária, mas só; não foi feita para ter companhia).

São tão interessantes esses momentos introspectivos, fazem com que paramos para pensar, para refletir e realmente para realizarmos uma autoanalise. Talvez a única coisa que o ser humano não pode jamais perder é esse contato particular consigo mesmo, através disso, poderá colocar possíveis pontos em “Is”, renovar-se e mudar.

Mudanças são importantes, desde o principio da humanidade o mundo gira em torno de mudanças. Sei que nesse exato momento, meu caro leitor, você deve estar se perguntando: ”Ela mudou de assunto?” ou “Começou falando de uma coisa e vai terminar falando de outra?”.

Não, não é outro assunto. Como eu mencionei, para quem está aos suspiros na frente de um computador numa maravilhosa noite chuvosa, se apaixonar seria um primeiro passo para uma possível mudança não é mesmo?

“A propósito, a chuva começou a engrossar e eu mal consigo ouvir a minha estação de rádio americana favorita. E quanto ao sono?... Bem... Parece que finalmente começou a apontar.”