A soma de um amor


Quando olhei a escuridão da janela,
Do vidro polido por trás alaranjado,
As nuvens passavam em flashback,
E o meu porvindouro naquela altitude,
Eu escrevia no vazio do céu estes versos,
Cursando com as duas canetas luminosas,
A vastidão aberta e certa da nina famosa,
Declinando à direita e às vezes à esquerda,
Nos confins do meu singelo pensamento,
Crescia comigo na velocidade de cruzeiro.

A cada linha do horizonte dos meus olhos,
Quando olhei seguro a escuridão da janela,
Transformei as minhas tão miúdas pupilas,
Na mais brilhante esferográfica do empíreo,
Ah! Como é belo escrever na obscuridade,
Laborando na amplitude ao lado duma molécula,
Decomposta com os meus raios, ela é um verso,
Bailando no espaço em cada letra bem guiada,
Nem a turbulência fora capaz de medir a distância,
E optei por batalhar naquele espaço sideral.

Súplica ao Deus Urano e batalha nos céus entre Zeus e Cronos

Ó Urano! Deixai-vos a pérola da rosa radiante!
Tu não terás a benevolência dos meus versos,
Nem a leitura com que escrevo na atmosfera,
No mundo puro de Titã e luas de mel,
Eu sou Zeus e do anoitecer sou o universo,
Domino o tempo, e o ocaso é o meu firmamento,
Levo a única pétala de rosa perfumada e sorridente,
Não me faças degolar as horas imprestáveis do tempo,
Atormentando a bela na era que vislumbro da janela,
E desta espaçonave, lanço-me num mortal duelo.

Transporto-me com todos os meus raios gama,
E não usarei a tal foice que degolou Urano,
E assobio no vácuo entre as nuvens brancas,
Vem, o cavalo branco com três listras amarelas,
Brilha em minhas mãos a única espada cósmica,
Nos trajes azuis que me vestem com uma armadura,
Faço acrobacias na proteção da musa rainha,
E a tentação de Cronos não impedirá na jornada,
Levar de volta à Gaia, a única pétala adormecida,
Com seus cabelos longos navegam na incerteza.

Ruína de Cronos no piso celestial de Zeus

Num galope astral de massa e fogo ardente,
Minhas canetas luminosas emitem com destruição,
Raios gama na colossal víbora de Olimpo,
Caindo na infalível explosão subatômica,
O titã que persistiu resgatar a minha inspiração dos céus,
Reinando a paz no obscuro das ventanias galácticas,
Revejo na janela da aeronave o rosto do poeta,
A matéria genética dos meus sonhos em questão,
E me transmudo da fusão nuclear para massa genética,
Acordando o versejador que reinicia estes versos brancos.

Constante no instante, eu olhei a escuridão da janela,
Do vidro pequeno e polido por trás alaranjado,
Com as gigantescas nuvens que passavam em flashback,
Refazendo o meu futuro naquela brusca e fria altitude,
E lá, eu escrevia no vazio do céu estes simples versos,
Atravessando com as duas canetas luminosas,
Bem ali, ao lado da asa da aeronave, a bela sorria,
Alinhando-me no voo de cruzeiro a sua alma,
Dançando este cântico de vitória na alegria,
O riso encantado da deusa do amor me contraía.

Livre, eu ofuscava em versos na parede do infinito,
Adornando as cores na multiplicidade de tons,
Eram verossímeis os atos de fé na douta criação divina,
Seguindo as insígnias dos patamares do meu amor,
Que faz nascer qualquer elétron nesta fusão afetiva,
Dos prótons enunciados na derivação equacional e física,
Deleitava-me com seu vestido negro em forma de uma rosa,
Se for um sonho, eu existo. E se existo eu sou um criador,
De versos da minha alma no meu único universo,
Traduzindo essa meiguice como o teu único imperador.

Onde as palavras voam no segmento sem um termo – fim,
E haverá força imperativa desse inédito alongamento,
Sacudindo o firmamento deste mosaico invisível de ser,
Na voz altiva  e viva da neutralidade rasgada pelo silêncio,
Não serão apenas lembranças de um guardião do espaço,
Afogando nas efemeridades o primordial guardado nos olhos,
Onde a única pétala duma rosa não murcha na emoção,
Na calda açucarada derramada dentro do teu coração,
Faz composição apropriada na soma desse clamor suavisante,
Aterrissada na mais nobre linguagem dos meus sentimentos.


Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=lByl1YOQBU4&feature=player_embedded#!










ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 28/06/2012
Reeditado em 28/06/2012
Código do texto: T3748842
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