Lisbela e o Menino Bonito

Lisbela foi convidada para festa na cidade de Paraíso.
Vestido de chita, sapato apertado, laço de fita e lá foi ela toda faceira de olhos arregalados.
Festa com gente bonita e gente importante e lá estava Lisbela radiante no seu vestido barrado de lençol.
Cabelo de corda bem amarrado em nó de cetim, era toda olhos, ouvidos e beiços para o canudo de confeito, para a maçã do amor.
O moço bonito surgiu do nada e sorriu todo faceiro. Lisbela esqueceu o mundo. Queria agora morar para sempre em Paraíso.
Mas a tia preocupada com a reputação da menina e com o incômodo da gente importante logo alardeou: “Simbora, Lisbela, que moço bonito gosta é de renda, vestido de chita aqui é pano de chão”.
Lisbela toda murcha e acanhada tocou caminho de volta para a casa vazia.
Festa sem poder ver aquele sorriso não tinha graça nenhuma.
Moço bonito nunca mais foi embora, fincou seus olhos de terra no coração de Lisbela.
Quem sabe outra festa em outro dia. Quem sabe um vestido galante da cor do sol para o moço bonito. Quem sabe?
Acredite, Lisbela.
E ela acreditou.


Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 28/06/2012
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