Coração inanimado

A traiçoeira vida, infestada por mistérios e omissões, alimentada por temores, joga a quem permite, em uma trincheira onde os sentimentos primários tornam-se escassos.

O coração pulsa constante, mas é como se não estivesse ali. Seu papel é exclusivamente perpetuar a vida. Às vezes, quase que inanimado, bate acelerado e um vestígio de lembrança resplandece. Uma tímida porção de esperança é transparecida nos olhos de um alguém que embora respire, não vive.

Em meros instantes, sobre pulsos incolores e gélidos, um filete de sangue espesso, leva consigo a verdade recém-descoberta. Pobre coração cor de carmim, antes tivesse se acomodado..

Bruna Maia
Enviado por Bruna Maia em 30/06/2012
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