Rotina
      Águida Hettwer
 
 
     Ouço ás vezes, em conversas informais comentários de que as pessoas não gostam da rotina, de sempre fazer os mesmos trajetos,  cruzar com os mesmos rostos, de ter algo definido para o dia seguinte. Parece clichê, não me surpreendo com meus “estranhamentos”, pois aprecio o meu quotidiano com prazer, sem precisar desvendar mensagens subliminares do desconhecido, e nem fazer papeis dos quais não me pertencem, de fazer-me de “doce ou difícil”, pois quem me conhece, sabe, da  minha postura diante da vida. Reitero o meu gosto pelo simples, sem rodeios, do preto no branco, onde ouso pincelar novos matizes, de acreditar no ser humano, apesar de tantos tropeços. E descobrir sem querer que a grande máxima da vida seja poder escolher com quem a gente gosta de estar bem pertinho. E ter preferências das quais são respeitadas, uma posição, uma marca, um endereço fixo para recarregar as energias  e ás vezes ser meio nômade, e andar por ai, desbravando novos trilhos, no entanto, sem se perder ou alterar a identidade.
 
01/07/2012