DESCOBERTAS....

Chegar onde não cheguei, sem cansaço alcançar cada vez mais a surpresa, não ter mais dúvidas sobre a estrada humana percorrida, a intensa alegria de encontrar e viver verdades imutáveis,sentir a força da descoberta que se mostra autêntica, intransponível, assinalando essa épica jornada do homem, seu processo incontido nas cumeadas de abrir espaços contidos, e entender toda essa saga interminável, com sucessos de bondade, perseguidos no sofrimento, ceifadas muitas vidas, iluminismo sangrado na conquista, seguidos em debulhados caminhos, em ondas que fluem e refluem na constatação de nada avançar para ser todo uniforme, pregação das leis de ordem natural, sem desvios, em absoluta linearidade conduzidas as gentes, irmanadas no princípio da confiança que resta esgarçado, onde nada mais se violaria, condicionalidade incondicional, somente em pretensão esperada, não ocorrente, assistindo-se ao teatro das regras indiferentes, que se debatem, aqui ou ali sufragadas, jubiladas, justiçadas, de forma anã, letras mortas, evidenciando-se a evidência no infortúnio dessas pegadas, marcadas no enfrentamento das vontades pagãs do egoísmo, matriz cíclica da continuidade, norte maior e porto inseguro dos desejos. Sabedores dessas verdades sofre-se menos, a deformação do caráter que andeja solta, discursando dos púlpitos ouvidos na indiscrição e coragem da desvergonha, somada e multiplicada nos que mentem mais que a mentira, fantasmas da vida que não dá retorno, perambulam nas sombras de suas sombras, inegáveis pastos dos que se alimentam da deformidade da personalidade, vasta e alongada. Sem freios, passa pujante lavrada no asco e ojeriza dos que toleram essa aproximação, por outras razões perdoada na sucessão das pessoas, mas que tem uma necrose anunciada, inexiste liberdade espiritual, não há trocas, a mesquinharia é a habitação dos sem caráter que vagam perdidos nas súplicas de uma luz que desconhecem, por ausente necessária oferta sucumbem, e não percebem, tal é sua estatura apequenada, que desconhece a falha, o erro, a compreensão, a desculpa e o perdão, é a doação espontânea em negar, a tudo e todos se recusa o singular. O plural é sonho, pura quimera nesses recantos onde só desamor tem acesso, nada se socorre, ninguém tem abrigo, nem mesmo um pai objeto da indiferença, carrasco imaginário sem perdão, será negado auxílio mínimo também, a quem precisa algo será recusado, mesmo a um irmão, um desejo represa o interior e não passa da vontade que os céus negarão, pune o benefício a consciência, nunca acessada nem percebida tamanha a fenda que se abre em ser o bem e o mal, sempre este prevalente nas sinapses , interior devastado pela usura de amor e concorrente egoísmo, epicentro em que roda o mundo pequeno. Fica o valor do relevo devido na sarjeta da gratidão desconhecida e ausente pela ingratidão festejada, no mundo é esse o exercício da ética, vocábulo desconhecido, esquecidas as torturas de estar condenado pela condenação dos vícios todos, a fraqueza moral nata se esconde primeva nas fobias antigas, a insanidade permanece e se desculpa na certeza dos altos montes que estão sendo galgados quando o rosto se projeta no espelho do inferno, o isolamento faz da multidão a turba que aplaude o desconhecimento do futuro cinzento dessa caminhada negra, escorada nos passos atormentados de um discernimento restrito pelas restrições gigantescas. Caminha-se na certeza de que está esboçado tudo que se reserva para a humanidade; POUCA COISA.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/07/2012
Reeditado em 01/03/2022
Código do texto: T3782529
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