As máscaras que usamos
Sobre quem somos, ou sobre quem podemos vir a ser,
ou ainda, sobre quem fingimos ser, ou indo mais além,
sobre quem queremos que outros acreditem que somos,
o que eu, tão singela e pequena criatura, poderia dizer?
Todos temos nosso 'eu' como um iceberg num mar gelado.
Elevando, exaltando nossas qualidades, nossos melhores
sorrisos e momentos, todos sempre muito bem delineados
acima da superfície, onde todos podem ver claramente.
Sempre vagando pelo gelado mar da vida, por vezes calmo,
deveras revolto, contudo sempre gelado, frio, inóspito.
Assim é como desejamos que sejamos vistos e apreciados;
como belos, felizes e porque não, como perfeitos?
Todavia, a ponta do iceberg não é todo ele, bem sabemos,
existe ainda, uma maior quantidade de 'coisas' lá embaixo,
abaixo da superfície, escondida, fora da visão dos que nos cercam.
Esse restante que está encoberto, representa a maior parte
do iceberg, e cerca de 85% de quem realmente somos.
Analisando a grosso modo, nos diz muita coisa.
Sobre quem realmente somos, e sobre quem fingimos ser.
Quem realmente somos, está encoberto, abaixo d'água,
a máscara que usamos, 'revela' o que queremos mostrar,
mostra o que queremos que pensem que somos, mas,
que muitas vezes, não o somos realmente. Triste fato.
Leva algum tempo, para que a convivência revele o que
tentamos ocultar, tão desesperadamente. E surpreende.
Cada um, munido de sua(s) máscara(s) transmite
a 'verdade' em que quer que acreditemos - assim pensa.
A grande verdade, de fato, é que, cedo ou tarde,
a máscara sempre cai, deixando descoberto o ser,
desnudando a alma, para desespero de seu possuidor.
Uma vez caída a máscara, descoberto o ser,
desnudada a alma, conhecemos realmente a quem amamos.
Surpresa e temor, tomam conta do descobridor
dos segredos do desmascarado, revelando todo o iceberg,
mesmo que contra a vontade do indivíduo.
Apresente-se pura e simplesmente como o és,
e evite que a sua máscara caia.
jony marcos martins, 18/07/2012