Opiáceo
 
Escutei que aquele caminho era de um perigo caprichoso e astuto,
Sorri quando ouvi sem entender os riscos que haviam nele...
Não estaria correndo perigo algum se aquilo não me importava,
Aquele lugar nada me dizia e não esperava coisa alguma dele.
Foi por não me importar, que me pensei tão protegida, tão segura.
Então pedi licença para adentrar e por lá permaneci como visitante.
Hipnotizada pela desatenção, preocupei-me em manter aquilo intacto,
Quando era ele que me invadia e germinava por todos meus poros.
Foi por nada esperar, por nada temer, que me perdi tão lentamente.
Naquele caminho entrei em coma, o caminho do qual sorri ingenuamente.
Adormeço, bebo, como, sonho, vivo nele e é nele que morrerei.
Preciso morrer naquele caminho para renascer em outro universo,
Um lugar onde aquele caminho não exista, mas se existir, não sorrirei;
Entendi demais o que ele é, o que faz e que se apresenta num aparente jardim.
Entendi muito mais que o necessário para aceitar que tudo é possível.
O impossível é apavorantemente possível e pode ser a qualquer momento.
Se eu pudesse explicar, talvez tivesse entendido o alerta, mas não sei;
Assim como não explicaram para mim, quando sorri numa certeza que não existe;
Entrei!
 
Pessoas podem ser caminhos, atalhos, ruelas, becos, avenidas, cidades, países, universos... Algumas vezes andamos por elas e elas nos andam; quando permitimos e temos permissão; por invasão sempre será desastroso.
Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 19/07/2012
Código do texto: T3787188
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