Vileza Instantânea

Envolto em um rito de maldição,

como a lenha de um forno pronto à queimar;

Dizem-me que a morte é a recompensa dos tolos,

com isso jaz oco o meu espírito, como de uma prostituta

às vésperas de um esquartejamento.

Não me disponho a recompor o pudor de qualquer animal

racional, sou uma parcela do vulgo que apodrece...

Acoplo-me à fuligem dos prédios, quem canta sem romance perdura no instante,

porque é fácil refletir no espelho, o difícil é quebrá-lo, ou tentar ao menos acreditar...

Bruxas formosas, fétidas e proibidas salivam no escuro, ontem à noite perdi três dedos...

De volta aos cerrados, preterindo o infinito, indigno de qualquer calor divino, se acostumando

à mentira, então vá meu filho, e não se esqueça de calçar os tamancos e vegetar novamente

nas folhas enciclopédicas.

Nada ou tudo pessoal, uma escolha barata e incompleta, até a impotência

me descarta para uma volta pelo quarto, movida à fome e desprezo.

"Estranho são os outros" afirma o meu ego, as escolas são o teu fardo, sacrifique

seu próprio falus e entregue à Rainha mórbida.

É desejo! Não tão puro quanto o ermo da doença, mas na conjuntura da prepotência,

teu furor me dispensa. Pode chover nos sonhos, perseguido pela inferioridade idiossincrática,

prossigo como uma lebre em um labirinto...

Exibição Atrocida
Enviado por Exibição Atrocida em 13/02/2007
Código do texto: T379452