Vileza Instantânea
Envolto em um rito de maldição,
como a lenha de um forno pronto à queimar;
Dizem-me que a morte é a recompensa dos tolos,
com isso jaz oco o meu espírito, como de uma prostituta
às vésperas de um esquartejamento.
Não me disponho a recompor o pudor de qualquer animal
racional, sou uma parcela do vulgo que apodrece...
Acoplo-me à fuligem dos prédios, quem canta sem romance perdura no instante,
porque é fácil refletir no espelho, o difícil é quebrá-lo, ou tentar ao menos acreditar...
Bruxas formosas, fétidas e proibidas salivam no escuro, ontem à noite perdi três dedos...
De volta aos cerrados, preterindo o infinito, indigno de qualquer calor divino, se acostumando
à mentira, então vá meu filho, e não se esqueça de calçar os tamancos e vegetar novamente
nas folhas enciclopédicas.
Nada ou tudo pessoal, uma escolha barata e incompleta, até a impotência
me descarta para uma volta pelo quarto, movida à fome e desprezo.
"Estranho são os outros" afirma o meu ego, as escolas são o teu fardo, sacrifique
seu próprio falus e entregue à Rainha mórbida.
É desejo! Não tão puro quanto o ermo da doença, mas na conjuntura da prepotência,
teu furor me dispensa. Pode chover nos sonhos, perseguido pela inferioridade idiossincrática,
prossigo como uma lebre em um labirinto...