AMOR DE POETA 6

Antes que ela dissesse mais alguma coisa, corri em sua direção e a beijei desesperadamente a força. Antes que eu pudesse degustar o beijo, uma joelhada estrategicamente e fortemente bem aplicada, me pos fora de combate.

Prostrado no chão e totalmente indefeso, vi ela abrir a gaveta e libertar todos os poemas. Depois elas pos começou a ler um por um. A medida que ia lendo sua expressão se modificava significativamente, a ponto de fazê-la chorar. Ela tentava esconder a emoção que sentia, mas eram tantas que era impossível não se deixar comover com as poesias.

Ela parou de ler e me olhou nos olhos toda derretida e disse entre uma lágrima e outra que não sabia que eu era um poeta. Eu ainda estava estatelado no chão e não acreditei no que estava ouvindo. Eu não sou poeta. Não me considero um. Agora, se a mulher dos meus sonhos diz que eu sou poeta, então sou poeta. Não é qualquer pessoa que esta dizendo isto, é a minha musa inspiradora, e o que ela diz para mim é lei.

_Porque não me disse que escrevia tão bem assim, perguntou ela.

_É que pensei que fosse apenas fogo de palha, e que depois com o tempo passaria.

_É, mas parece que aumentou a quantidade e a perfeição dos poemas com o passar do tempo.

Tentei argumentar que não entreguei antes porque achei que ela não fosse gostar, ou poderia achar muito infantil, e que talvez ate os colocasse fora.

Ela me escutava e ia relendo os poemas. Restava saber se ela me perdoaria por tudo, ou se iria embora para sempre da minha vida.

Adão Jorge dos Santos
Enviado por Adão Jorge dos Santos em 13/02/2007
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